Sr. Rickman apresentou o dever de quinta-feira passada, dizendo que o comportamento é um meio de comunicação.
- Nossos atos falam mais alto do que as palavras. Esta não é uma frase vazia - ele nos disse. – O que as pessoas fazem nos diz algo sobre o que estão sentindo.
Ele fez uma pequena pausa para que absorvêssemos aquilo antes de passar o dever.
- Agora, vejam se conseguem mudar uma pessoa, massageando o ego dele ou dela o bastante para que você perceba uma mudança em seu comportamento. Relataremos os resultados na aula da semana que vem.
Quando cheguei em casa naquela tarde, minha mãe estava sentindo uma imensa pena dela mesma. Os cabelos caíam sobre o rosto, a voz mais parecia um lamento e ela ficava suspirando enquanto preparava o jantar. Nem ao menos me dirigiu a palavra quando cheguei. Como ela não falou, eu também não falei.
O jantar foi um tanto triste. Papai não estava com mais vontade de falar do que mamãe ou eu. Decidi colocar o meu dever de casa em ação.
- Mãe, sabe aquela peça que o clube de artes dramáticas da universidade está encenando? Por que você não vai com o papai hoje à noite? Ouvi dizer que é ótima.
- Esta noite não dá – disse meu pai. – Tenho uma reunião importante.
- Naturalmente –comentou mamãe. E eu compreendi o que a estava incomodando.
- Bem, então por que não vai comigo? – perguntei. Imediatamente, desejei não ter feito aquele convite. Imagine só um rapaz do segundo grau ser visto saindo à noite com a mãe!
De qualquer maneira, o convite ficou ali, pairando no ar, e mamãe perguntou, toda animada:
- Jura, Kirk?
Engoli em seco algumas vezes.
- Claro. Por que não?
- Mas rapazes não costumam sair com as mães. – Seu tom de voz foi ficando cada vez mais agradável e ela prendeu as mechas de cabelo soltos em cima da cabeça.
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